Divertida Mente (2015)

Pixar, you do it again!

Querendo ou não, a Pixar, um dos mais renomados estúdios de animação do mundo, sofreu uma crise. Até mesmo quem trabalha lá sabe disso, então não tem como negarmos.

Em 2010 tivemos Toy Story 3, que apesar de ser um ótimo filme (PRA QUÊ Toy Story 4?!), é uma continuação. Em seguida, em 2011, tivemos Carros 2, que é... Carros 2. Em 2012 tivemos Valente, que sofreu muitos problemas durante sua produção, e o resultado acabou nem tão bom assim. Gosto do filme, mas pra mim ele é o filme mais Dreamworks da Pixar. E então, em 2013, tivemos Universidade Monstros, que também é uma continuação (uma prequel, pra falar a verdade).

A crise deixou 2014 sem nenhum filme da Pixar. Era pra termos Newt, que contaria a história de duas lagartixas com patas azuis que precisam se acasalar para saírem da extinção. Acontece que o enredo ficou muito parecido com o de Rio, que praticamente conta a mesma história, só que com araras azuis em vez de lagartixas. Carlos Saldanha merece meu respeito! Rio nem foi lá essas coisas, mas o cara conseguiu fazer com que o estúdio rival, bem mais poderoso, ficasse um ano sem filme. Merece um prêmio!

Agora, em 2015, a Pixar finalmente nos traz um filme com sua marca: Divertida Mente. Dirigido por Pete Docter, o mesmo de Up e Monstros S.A., o filme conta a história dos sentimentos de Riley, uma menina de 12 anos que acaba de se mudar do lugar onde sempre viveu. Quem fica no comando de suas emoções agora são os cinco sentimentos que vivem em sua cabeça: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho.

Tudo na cabeça de Riley é traduzido nos mínimos detalhes em formas, cores e texturas. Achei incrível a ideia das memórias especiais terem seus próprios parques-temáticos. No caso de Riley, a Terra da Amizade, a Terra da Família, a Terra do Hóquei e a Terra da Imaginação. Outra ideia sensacional é a das memórias serem contidas em bolas de gudes coloridas, que correm como se estivessem em uma máquina de pinball. Imagine tudo isso com a grande direção de arte da Pixar. Parece até um sonho mesmo.

O mais incrível nisso tudo é como o exterior e o interior coexistem perfeitamente no filme. A confusão criada por Alegria e Tristeza, que se perdem na consciência de Riley enquanto as outras emoções tomam conta do controle, reflete a crise vivida pela menina que acaba de perder seus antigos amigos, sua antiga casa e quase que seus pais. Essa é uma forma de contar a história que as crianças dificilmente entenderão, mas ainda assim elas são contidas pela festa de cores na tela do cinema. Veem agora por que a Pixar é tão incrível?

Saí do cinema extremamente feliz. Não por ter visto um ótimo filme, mas por ver que a Pixar voltou. Aquela que sempre me inspirou desde criança em seus filmes não morreu. Muita coisa nesse filme merece destaque, como o estúdio hollywoodiano de sonhos, o amigo imaginário Bing Bong (um dos melhores personagens do cinema), o formato que as colunas de memórias localizadas na consciência formam vistas de cima (pesquisem, é genial), entre outros.

Apesar de estar elogiando muito aqui, vou falar a verdade: não botei fé nesse filme quando anunciaram. "O que eles vão tirar de sentimentos de uma menina?", eu pensava. Graças a Deus eu estava errado. Minha expectativa não estava muito alta quando eu entrei no cinema, mas quando saí ela subiu em um nível que eu nem consigo enxergar. Outra coisa que me deu medo também foi a dublagem, que foi feita quase inteira por Globais. Outra expectativa que subiu também; as dublagens estão excelentes. Queria dar destaque nisso, mas todos estão ótimos.

Esse ano ainda tem O Bom Dinossauro, que parece ser mais um filme onde cortam cebolas do seu lado. Que minha expectativa não caia!

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1 Comentario
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Eu já vi esse filme no cinema, eu pensei que estava indo ver só uma animação meio infantil e bem alegre todo o tempo. Mas quando disseram que era "um filme cheio de emoções", não era propagando de marketing. Eu ri muito com várias cenas do filme, me assustei de leve e algumas e tantas outras. E vou confessar que chorei no final, quando a Alegria e Tristeza tomaram conta da situação de novo e a Riley voltou para a casa dos pais e todos choraram.
(vejo só como eu sou, se eu for contar, todas as vezes que chorei em um ano, foram vendo filmes, sendo que nunca acontece uma situação real para me deixar tão triste quando).
p.s.: acredita que eu só vi que o Leo Jaime e Mia Melo dublavam observando os créditos, eu pensei tipo: "nossa, como eu pude não perceber isso?" kkkkkk.
Beijos ♥ {refloresci.blogspot.com}

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